sexta-feira, 8 de maio de 2009

A paz de um amor tranquilo

E hoje estou assim, neste limbo entre o cinzento e o azul,
neste corpo de saudade e ausência,
neste intervalo entre a dor e o riso,
neste conflito entre o sentir-me um viajante e um desterrado,
nesta distância entre o desconhecido e a descoberta.

E depois há o pensar que devo afastar de mim os pensamentos menos felizes para viver em pleno esta experiência de viagem.
Mas há também a certeza de que estes períodos de longo afastamento voluntário só fazem sentido porque volto para os braços (e abraços) dos que diariamente viajam comigo nos olhos e no coração.

(E depois existe essa breve vertigem da noite de fim de ano quando, aqui tão longe (meu Deus, aqui tão longe)
encontrei e amei outro olhar, de cor diferente, de língua diferente, de calor e toque diferentes mas de entrega tão igual.

E essa presença persiste em me acompanhar agora, com uma força e uma intensidade que não podem existir nem fazem sentido.

E assim, separados por tantos oceanos diferentes, descubro que apenas sei amar o impossível e que não existe para mim a paz de um amor tranquilo.

Pedro Rapoula

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